A maior mobilização indígena do Brasil, o Acampamento Terra Livre (ATL), ocorreu em Brasília, reunindo milhares de líderes de mais de 200 povos indígenas. Este ano, o evento destacou a defesa dos direitos indígenas, especialmente em relação à proposta do marco temporal, que ameaça restringir o acesso às terras originárias. Durante uma marcha no gramado do Congresso Nacional, a deputada Célia Chacribá e outras lideranças foram atacadas violentamente pela Polícia Legislativa e Militar, que usou gás de pimenta e bombas de efeito moral contra os manifestantes. A situação gerou indignação e repúdio entre os participantes, que pediam respeito e proteção às suas terras.
A deputada Érica Hilton, presente no ato, criticou a omissão do Congresso em atender às demandas dos povos originários e denunciou os interesses de grileiros e empresas que ameaçam as terras indígenas. A articulação dos povos indígenas do Brasil emitiu uma nota repudiando a violência e o uso desnecessário de força contra manifestantes, incluindo mulheres, idosos e crianças.
O ATL não é apenas um ato de resistência, mas também uma celebração cultural, onde se debatem questões sociais, ambientais e políticas. Com a presença de artistas como Anitta e Dira Paes, a mobilização reforçou a importância da demarcação das terras indígenas, que, segundo especialistas, são fundamentais para a preservação ambiental e a segurança alimentar do Brasil.
O evento reafirma que a luta pelos direitos indígenas é uma questão de justiça social e respeito à história do país. Os indígenas, que continuam a proteger suas terras e a biodiversidade, exigem dignidade e reconhecimento. O Acampamento Terra Livre é um chamado à ação, destacando que a demarcação das terras indígenas é essencial para o futuro do Brasil.